O mercado de canabidiol (CBD) no Japão está passando por um boom de crescimento, com um aumento significativo de 4 mil milhões de ienes (24,2 milhões de euros) em 2019 para 24 mil milhões de ienes (145,2 milhões de euros) em 2023, de acordo com um relatório da Euromonitor Internacional. Essa expansão é impulsionada pela crescente demanda por produtos CBD, que oferecem relaxamento, melhor qualidade do sono e alívio do estresse.
No entanto, as empresas japonesas têm demonstrado cautela ao entrar no mercado de cannabis, devido às incertezas legais e ao estigma negativo associado ao uso da planta. Apesar disso, a revisão da Lei de Controle da Cannabis no ano passado alterou o cenário, permitindo o uso de CBD em setores como medicina, saúde, beleza, bebidas e alimentos no Japão, o que atraiu mais investidores.
No entanto, em maio de 2024, o Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar do Japão propôs um limite residual de tetrahidrocanabinol (THC) mais rigoroso do que os padrões internacionais, o que pode dificultar o uso de flores de cannabis. Além disso, surgiram preocupações com a segurança dos produtos e a conformidade regulatória, especialmente após incidentes relacionados ao consumo de gomas de CBD que continham hexahidrocanabihexol (HHCH) em 2023, resultando em regulamentações mais estritas.
Apesar dos desafios, prevê-se que as vendas de CBD no Japão superem o mercado ilícito de cannabis até 2026, impulsionadas pela crescente conscientização dos consumidores sobre saúde e bem-estar, buscando alternativas aos produtos tradicionais como cigarros e álcool. A revisão da Lei de Controle da Cannabis deverá fornecer diretrizes mais claras para a venda e distribuição de produtos CBD, atraindo grandes empresas de diversos setores para o mercado até o final de 2024, conforme aponta o relatório.
Apesar dos avanços legais, o Japão tem enfrentado um aumento no uso ilícito de cannabis. Estima-se que 0,12% da população japonesa consuma cannabis ilegal anualmente, embora esse número seja menor em relação a países ocidentais. No entanto, tem havido um aumento significativo do cultivo e contrabando ilícitos, principalmente entre as gerações mais jovens. Em 2023, estimava-se que o mercado ilícito de cannabis fosse 2,5 vezes maior do que o mercado legal de CBD.